Nesse vídeo: http://www.tedxsaopaulo.com.br/casey-caplowe-sub/, Casey
Caplowe comenta como a construção de sua empresa foi baseada na missão de
trabalhar por um bem coletivo e, apesar de trazer a idéia de como o Brasil pode
contribuir com o mundo, minha atenção retoma a idéia de inovação
apresentada.
A Good é uma
empresa de mídia que criou uma rede de colaboração entre indivíduos, empresas e
instituições sem fins lucrativos para compartilhar idéias, ações e desenvolver projetos
de diversas magnitudes que beneficiam a sociedade de alguma forma. O objetivo
da Good é disseminar soluções e debates acerca dos problemas sócio-culturais e
trabalhar para a construção de um mundo melhor.
Na concepção deles,
“good” é tudo aquilo que você consegue alinhar seus interesses com os
interesses do mundo. Eles fogem da idéia individualista do que é bom, que pode
ser uma atitude egoísta, e abraçam um conceito coletivo. Bom mesmo é quando é
bom para todos.
Agarrados a esses
valores, a principal inovação da empresa foi abrir espaço para ouvir as
demandas da sociedade e conectá-la com profissionais que desenvolvem soluções
para problemas diversos. A empresa busca terceirizar idéias criativas, criar
novos modelos que impactam verdadeiramente
na vida das pessoas. Um exemplo que Sr. Caplowe expôs foi a reforma de
uma rua para favorecer os pedestres. Nesse projeto, eles tiveram a contribuição
de diversos designers e da população que vivia no local para a construção do
modelo final.
Ao tratar sobre o
tema inovação, o palestrante faz uma citação que me chamou muita atenção porque
acredito que esse é um dos pontos chaves do processo de inovação:
“You will never change things by fighting the existing
reality” – Bucky Fuller
A inovação, na
grande maioria das vezes, é criada a partir de uma demanda, de uma necessidade
para solucionar problemas, aprimorar processos, produtos ou serviços. A
inovação sempre parte da transformação da realidade e não a partir da criação
de uma nova realidade. Hoje a maior inovação que pode-se ter é aquela que está
atrelada a ética socioeconômica, que envolve ações e projetos comprometidos com
a construção de um mundo melhor.
Dentro do paradigma
da economia atual, estamos em um processo de transformação dos conceitos de
valor que interferem em todo o processo produtivo e nas relações
socioculturais. No início do século passado, o valor estava atrelado
principalmente a produção em larga escala e na mão-de-obra mecânica e
operacional do homem que garantia maior quantidade de produtos e
consequentemente, maior lucro. Nesse paradigma, o progresso era algo buscado
incessantemente pelas instituições do mundo inteiro independente de qualquer
impacto ambiental ou social provocado.
Após a revolução do microchip, a partir da década de 1980, o valor
começa a ganhar uma outra concepção. Hoje o conhecimento é a principal forma de
valor e o homem como trabalhador é valorizado por sua capacidade de raciocínio
e criatividade. Isso pode ser observado em produtos que possuem alta
tecnologia. Todos eles, quando lançados, sempre possuem valores altíssimos que,
na verdade, são referentes a inovação, a nova tecnologia que foi criada a
partir de um conhecimento altamente especializado.
O conhecimento,
como forma de valor, não está presente apenas nos produtos tecnológicos, mas em
tudo que envolve a pesquisa e o conhecimento científico. A questão do meio
ambiente, por exemplo, é outro fator que influencia bastante nos preços dos
produtos e serviços. Normalmente, as empresas ecologicamente corretas possuem
produtos mais caros porque para inserir o valor ambiental no seu processo
produtivo é necessário investimentos em novas tecnologias, processos e principalmente
pesquisas que geram novos conhecimentos e resultados impactantes.
Como a concepção do
valor monetário está intimamente atrelada a concepção dos valores
socioculturais, as transformações na sociedade atual são apenas reflexos desse
processo de transformação do paradigma econômico. Por isso que hoje há tantos
debates em torno da questão socio-ambiental, o que nos mostra que estamos em um
processo de evolução, como sistema e como sociedade, para aceitar e procurar
cada vez mais soluções que consigam alinhar inovação, sustentabilidade e claro,
o lucro. Não temos como nos dissociar da questão monetária que envolve a busca
constante do lucro, é através dessa dinâmica que o sistema é sustentado, mas
felizmente, hoje estamos evoluindo para produções que buscam o lucro e o bem da
humanidade como um todo.
SOBRE A AUTORA DO ARTIGO:
MAYARA PESTANA RODRIGUES
Economista, graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo, com atuações significativas em movimentos estudantis voltados para o empreendedorismo e desenvolvimento de lideranças. Possui experiência em apresentações institucionais, treinamentos, planejamento estratégico e em projetos acadêmicos na área de vendas e gestão empresarial. Habilidades de liderança e no trabalho em equipe, com postura pró-ativa e análise crítica, aliado às características como planejamento, organização e a busca por desafios completam seu perfil.
E-mail: pestana.mayara@gmail.com
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