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Eu sou Keli Soares, psicóloga, terapeuta ericksoniana e consultora organizacional. Ministro treinamentos, palestras, cursos em empresas, abertos ao público tanto presencialmente como via internet sobre vários temas relacionados ao desenvolvimento pessoal e profissional. Meu propósito de vida é ajudar o maior número de pessoas, individual ou coletivamente a alcançar seus objetivos e realizar o que desejam.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

RECUAR? SÓ PRA TOMAR IMPULSO - POR FERNANDA MELLO



Foto de Juliana Vaz Rodrigues
 Nos primórdios, o instinto natural – ou animal, se preferirem - era bem forte. Hoje, principalmente para nós, mulheres,  parece que ele foi pra escanteio. Somos, em nossa maioria,  “domesticadas” pela sociedade e pelas normas vigentes. E eu me pergunto: onde isso nos leva? Bom, me atrevo a dizer que deixamos de lado quem somos – em nossa essência – e nos tornamos apenas um rabisco do que podemos (na verdade) ser.
É. Leio minhas palavras acima, penso nos caminhos que trilhei e – com todo o respeito a mim – admito: meu lado “loba” andou bem negligenciado. Ou, melhor dizendo, ele estava (ou ainda está) preso, louco para sair, tomar as rédeas e me levar pra frente. A um encontro real comigo mesma.
Lembro da época em que me senti mais EU em toda a minha vida. Foi quando tinha uns 24 anos, terminando a faculdade. Eu tinha orgulho – muito orgulho das minhas ideias inovadoras. Dos meus valores (que às vezes não eram bem aceitos por serem meio “revolucionários”). Do meu lado selvagem. Da minha rebeldia. Da minha liberdade total de ser eu mesma.
Hoje eu vejo que – por muitas razões tais como insegurança, necessidade de ser aceita – eu calei meu lado loba para me adequar a algo que eu imaginava importante. Eu queria agradar mais, chocar menos e me encaixar socialmente, mesmo porque foi um período em que o foco se voltou muito para mim (tinha um namorado artista que ficou famoso) e não só eu, quanto ele também,  não sabíamos lidar com toda aquela mídia e mudanças.
Mas hoje, olhando para trás, vejo que era uma necessidade minha na época, e não é o que me satisfaz agora. Não mesmo. Ser quem eu sou, com toda a minha alma, é meu melhor presente. E essa vontade de ser eu mesma – e me buscar - é maior que tudo. Tenho saudades de mim, do meu lado selvagem, da minha liberdade de SER sem querer agradar, de pagar o preço que for porque – convenhamos – ser quem a gente é, às vezes, representa nadar contra a maré. Mas, não me importo...
Sei que muitos vão torcer o nariz, mas meu lado loba me mostrou os dentes e – agora que eu me reencontrei – eu não vou me largar mais.

Foto de Marinho Antunes
SOBRE A AUTORA:
Escritora e compositora, Fernanda Mello ficou conhecida por seu blog Coração na Boca e  por suas inúmeras letras para bandas como Jota Quest, Tianastácia, Wanessa Camargo, Kadu Vianna, Bruna Garcia (entre outros), incluindo sucessos como: “Só hoje, “O que eu também não entendo”, “Mais uma vez”. Ao todo, são mais de 30 músicas gravadas. 

Em 2009, lançou seu primeiro livro de crônicas, Princesa de Rua e, este ano, criou um novo formato para seus textos: as “Crônicas digitais”. Atualmente, Fernanda trabalha como jornalista e revisora e também em seus novos livros que pretende lançar em breve. Afinal, para essa mineira só uma coisa importa: ESCREVER.